Theodor Adorno e Max Horkheimer


 

 Max Horkheimer foi um filósofo e sociólogo alemão, era judeu de origem, filho de um industrial (Moses Horkheimer), e ele próprio estava destinado a dar continuidade aos negócios paternos. Por intermédio de seu amigo Friedrich Pollock, Horkheimer associou-se em 1923 à criação do Instituto para a Pesquisa Social, do qual foi diretor, em 1931 sucedendo o historiador austríaco Carl Grünberg.

 Teve como importante fonte de inspiração o filósofo alemão Schopenhauer de quem tinha um retrato no escritório. Aproximou-se "obliquamente" do marxismo no final dos anos 30, mas segundo testemunhos da época raramente citava os nomes de Marx ou de Lukács em discussões. Apenas com a emergência do nazismo, Horkheimer se aproxima de fato de uma perspectiva crítica e revolucionária que o fará escrever, já diretor do Instituto para Pesquisas Sociais, o ensaio - manifesto, Teoria Tradicional e Teoria Crítica (1937).

 Suas formulações, sobretudo aquelas acerca da Razão Instrumental, junto com as teorias de Theodor Adorno e Herbert Marcuse compõem o núcleo fundamental daquilo que se conhece como Escola de Frankfurt.

 

 Theodor Wiesengrund nasceu em Frankfurt, filho de Oscar Alexander Wiesengrund (1870 - 1941) - alemão de origem judaica, mas convertido ao protestantismo, e próspero negociante de vinho - e Maria Bárbara Calvelli-Adorno - uma cantora lírica católica italiana. Posteriormente, Theodor passou a abreviar seu último nome e utilizar o nome de solteira de sua mãe como sobrenome (Theodor W. Adorno, ou simplesmente Theodor Adorno).

 Estudou música com sua meia-irmã (por parte de mãe), A gathe, uma talentosa pianista. Freqüentou o Kaiser-Wilhelm-Gymnasium, onde se destacou como estudante brilhante. Além disso, ainda durante a adolescência, teve aulas particulares de composição com Bernhard Sekles, e leu, nas tardes de sábado, Immanuel Kant com seu amigo Siegfried Kracauer, 14 anos mais velho e especialista em Sociologia do Conhecimento. Mais tarde, Adorno dirá que deve mais a estas leituras do que a qualquer de seus professores universitários.

 Na Universidade de Frankfurt (atual Universidade Johann Wolfgang Goethe), estudou Filosofia, Musicologia, Psicologia e Sociologia. Completou rapidamente seus estudos, defendendo em 1924 sua tese sobre Edmund Husserl (A transcendência do objeto e do noemático na fenomenologia de Husserl), orientado pelo professor Hans Cornelius. Segundo Adorno, essa tese teria sido demasiadamente influenciada por seu orientador. Antes do final de sua graduação, conhece já dois de seus principais parceiros intelectuais  Max Horkheimer e Walter Benjamin.

Entre 1921 e 1932, publicou cerca de cem artigos sobre crítica e estética musical. Sua carreira filosófica começa em 1933 com a publicação de sua tese sobre Kierkegaard. Em 1925, conhece pessoalmente um dos filósofos que mais o influenciaram até então - o jovem Lukács. Crítico de Kierkegaard, Lukács decepcionará o jovem Adorno ao renegar sua obra de juventude (A Teoria do Romance por completo, e a História e Consciência de Classe em sua maior parte). Essas obras são pilares do pensamento de Adorno que travará inúmeras polêmicas com Lukács por seus "desvios" de pensamento em prol do partido.

 Outro filósofo que influenciará Adorno de forma crucial é Walter Benjamin, a ponto de Adorno afirmar que, em determinado momento de suas produção filosófica, sua intenção era apenas de traduzir Benjamin em termos acadêmicos.

Com o fim da Segunda Guerra, Adorno é um dos que mais desejam o retorno do Instituto de Pesquisa Social a Frankfurt, tornando-se seu diretor-adjunto e seu co-diretor em 1955. Com a aposentadoria de Horkheimer, Adorno torna-se o novo diretor.     

   Próximo de sua morte, em 1969, Theodor Adorno se envolve em uma polêmica com seu companheiro e amigo da Escola de Frankfurt, Herbert Marcuse, por não ter apoiado os estudantes que, em 31 de janeiro daquele ano, desejavam interromper sua aula, para continuar, dentro do Instituto, os protestos que tomavam as ruas das capitais da Europa. Adorno chamou a polícia . Marcuse se posiciona a favor dos estudantes.

Em uma série de cartas, Marcuse repreendeu-o e criticou-o severamente, dizendo de maneira clara que "em determinadas situações, a ocupação de prédios e a interrupção de aulas são atos legítimos de protesto político (...) na medida em que a democracia burguesa (em virtude de suas antinomias imanentes) se fecha à transformação qualitativa, e isso através do próprio processo democrático-parlamentar, a oposição extra parlamentar torna-se a única forma de contestação: desobediência civil, ação direta".

 Adorno faleceu pouco depois, por problemas cardíacos, no dia 6 de agosto de 1969.

 

 

Franclin Eduardo e Josiel Firme Cavalcante

 

Fonte: (www.wikipédia.com)